Ontem à tarde saí.
Queria passear as
lembranças
que um dia de
chuva faz crescer em nós.
Há dias que o
vento rondava a casa
cheio de segredos
incompletos
a roçar-me a
orelha. E eu não resisto
ao sabor do vento
e a uma boa
história para enganar o frio.
É fácil perdermo-nos nas ruas.
Nunca se regressa
pelos mesmos caminhos
mas todos parecem
iguais
com o cheiro da
chuva a deixar o alcatrão
e a subir na
memória
de outras ruas.
Mas há só um
caminho que trilhamos. O corpo
é uma bússola fiel
que segue pela estrada
enquanto o pó se
levanta
muito para além
dos nossos passos.
Rosa Alice Branco