segunda-feira, 15 de maio de 2017

Caravelas...


Cheguei a meio da vida já cansada
De tanto caminhar! Já me perdi!
Dum estranho país que nunca vi
Sou neste mundo imenso a exilada.
Tanto tenho aprendido e não sei nada.
E as torres de marfim que construí
Em trágica loucura as destruí
Por minhas próprias mãos de malfadada!
Se eu sempre fui assim este Mar-Morto,
Mar sem marés, sem vagas e sem porto
Onde velas de sonhos se rasgaram.
Caravelas doiradas a bailar...
Ai, quem me dera as que eu deitei ao Mar!
As que eu lancei à vida, e não voltaram!...

Florbela Espanca

domingo, 14 de maio de 2017

quinta-feira, 27 de abril de 2017

Li esta madrugada...


Sê de Pedra!

Não reparaste nunca? Pela aldeia,
Nos fios telegraphicos da estrada,
Cantam as aves, desde que o sol nada,
E, á noite, se faz sol a lua cheia...

No entanto, pelo arame que as tenteia,
Quanta tortura vae, n'uma ancia alada!
O Ministro que joga uma cartada,
Alma que, ás vezes, d'além-mar anceia:

- Revolução! - Inutil. - Cem feridos,
Setenta mortos. - Beijo-te! - Perdidos!
- Emfim, feliz! - ?- ! - Desesperado. -Vem!

E as lindas aves, bem se importam ellas!
Continuam cantando, tagarellas:
Assim, Antonio! deves ser também

António Nobre

terça-feira, 25 de abril de 2017

Hoje foi assim...

Estava cheio...
Pacificamente a espera...

Até protege do sol...
Menos jovens no meio dos jovens...
Essa não percebi... 



Ainda está para descobrir...
O puto era o animador e gritava 'Quem nasceu em Portugal é português'...


Porque hoje é o dia...

... que todos devemos lembrar...