Não há lágrimas mais amargas
Que as que choramos por nós,
Quando choramos alguém...
E quando a saudade vem
E nos sentimos tão sós,
Porque tortuosas estradas
Não se perde o egoísmo
Do nosso próprio querer?
Do vácuo da nossa dor...
E disfarçamos de amor
A esperança, a morrer,
De prendermos nosso mimo...
Não há lágrimas mais sentidas
Nem espinho que mais magoe
Que as que ditam a piedade
Pela nossa miserabilidade...
O deixar que a mágoa se escoe
Nos sulcos das próprias feridas!
E sempre que a partida,
O desdém ou o desprezo,
De quem queremos, nos fere,
Mais que a perda, o cárcere
Da solidão, nos desterra
E solta a lágrima retida...
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