sexta-feira, 30 de julho de 2010

Quanto Morre um Homem

Quando eu um dia decisivamente voltar a face
daquelas coisas que só de perfil contemplei
quem procurará nelas as linhas do teu rosto?
Quem dará o teu nome a todas as ruas
que encontrar no coração e na cidade?
Quem te porá como fruto nas árvores ou como paisagem
no brilho de olhos lavados nas quatro estações?
Quando toda a alegria for clandestina
alguém te dobrará em cada esquina?

Ruy Belo, in "Aquele Grande Rio Eufrates"

Partiu mais um...

quinta-feira, 22 de julho de 2010

I have to see this one...



Pelo que li, o filme é do cineasta Todd Haynes que divide Dylan em suas diferentes “personalidades”.
Para viver essas diferentes facetas do músico, foram escolhidos seis atores que vivem cada Bob. Marcus Carl Franklin interpreta o Dylan criança, que fugiu de casa várias vezes, utilizando o nome Woody Guthrie, lenda do folk e ídolo de Bob; Ben Whishaw é o lado poeta do astro, focalizado sempre em close e conversando diretamente com o público; o Christian Bale, faz Jack Rollins, representando duas fases do cantor: quando ele era um artista de “protesto”, e depois quando se converteu ao cristianismo e gravou discos religiosos; o falecido Heath Ledger dá vida ao Dylan actor.
Já Richard Gere numa inteligente metáfora, representa o período em que o astro ficou longe da mídia, vivendo no campo. A alegoria usada é levá-lo ao velho oeste com o nome de Billy (referência ao antigo fora da lei Billy the Kid). Mas é Cate Blanchett, a escolha mais ousada para o papel, que se sai melhor ao encarnar a fase em que o músico rompeu com o folk, virou roqueiro, foi vaiado, roubou a namorada de Andy Warhol e apresentou a maconha aos Beatles.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Hoje o meu pai faria 80 anos…

Pois … faria.

Tenho tantas saudades… mesmo do tempo que não o compreendia, que achava que tudo não passava duma birra… e continuo a não perdoar-me de que ocupada com outras coisas, outros pensamentos, não percebi, não entendi, não consegui ajuda-lo… Agora é tarde…

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Algo diferente...

Este fim-de-semana vi o filme Phantom of the Paradise, recomendado por um amigo, que eu desconhecia.
Depois tive a curiosidade de ‘cuscar’ o que é existe na internet, escrito sobre este filme, do lado do sol posto… E descobri alguns comentários, parte dos quais deixou aqui traduzidos.
Outra grande influência é um culto, na versão vanguarda de Brian De Palma - Phantom of the Paradise (1974). O filme é uma ópera rock ‘estranho,’ onde o protagonista é tratado como um freak, manipulado, sujeito à extorsão, mesmo batido… Mas mesmo com todas essas experiências, ninguém pode tirar-lhe a única coisa que é o amor pela mulher. O director De Palma filmou esta história, que é uma mistura de parcelas do livro Le francês Fantome De ópera, O Corcunda de Notre Dame e o poema Fausto. Por detrás dum aparente cenário épico-emocional do filme, encontra-se um ponto de vista filosófico do director. Essa é uma das razões porque o filme não ganha o Oscar, apesar de ter sido nomeado por duas vezes, mas consegue conquistar inúmeros prémios nos festivais de cinema europeu.
Inspirado pelo Fantasma da Opera Тhe, o filme conta a trágica história de um compositor que se torna ocupante do clube de rock. Vários factores sugerem que o filme é De Palma - violência do palco, split-screen e voyeurismo…

É filme musical, com algumas cenas mais chocantes, mas que vale a pena ver e ouvir…
Just to taste…

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Eine Frau in Berlin..

... “Uma Mulher em Berlin” é o filme que vi ontem a noite.

Mas não é a história de violações, a que foram sujeitas muitas mulheres alemãs, no final de 2ª guerra mundial, pelas tropas de exército vermelho, que prendeu a minha atenção.
Foi a coragem, o desejo de sobreviver, daquilo que o homem é capaz fazer para preservar-se… Sujeitar-se a humilhações, esquecer-se da sua dignidade, mas querer, novamente, ser feliz e viver… O sofrimento e a força de vontade, misturados com a raiva e uma aparente fragilidade é que fazem deste filme algo especial… Vale a pena ver e pensar…
O filme é baseado no diário de mesmo nome publicado anonimamente em 1954.


sábado, 3 de julho de 2010

Não foi...

... Deutchland über alles, mas quase. Ganhou o Maradona, que 'agora não tem forças para mais nada'...

Sei que não é...

... uma música para o fim-de-semana, mas talvez por isso mesmo gostei...


Spend all your time waiting
for that second chance
for a break that would make it okay
there's always some reason
to feel not good enough
and it's hard at the end of the day
I need some distraction
oh beautiful release
memories seep from my veins
let me be empty
oh and weightless and maybe
I'll find some peace tonight

In the arms of the angel
fly away from here
from this dark cold hotel room
and the endlessness that you fear
you are pulled from the wreckage
of your silent reverie
you're in the arms of the angel
may you find some comfort here

So tired of the straight line
and everywhere you turn
there's vultures and thieves at your back
and the storm keeps on twisting
you keep on building the lies
that you make up for all that you lack
it doesn't make no difference
escaping one last time
it's easier to believe in this sweet madness oh
this glorious sadness that brings me to my knees

In the arms of the angel
fly away from here
from this dark cold hotel room
and the endlessness that you fear
you are pulled from the wreckage
of your silent reverie
you're in the arms of the angel
may you find some comfort here
you're in the arms of the angel
may you find some comfort here

Os Mochos

Sob os feixos onde habitam,
Os mochos formam em filas;
Fugindo as rubras pupilas,
Mudos e quietos, meditam.

E assim permanecerão
Até o Sol se ir deitar
No leito enorme do mar,
Sob um sombrio edredão.
 Do seu exemplo, tirai
Proveitoso ensinamento:
— Fugí do mundo, evitai
 O bulício e o movimento...
Quem atrás de sombras vai,
Só logra arrependimento! Charles Baudelaire

Charles-Pierre Baudelaire é um poeta e teórico da arte francês do século XIX, considerado um dos fundadores da tradição moderna em poesia. Quando lança o livro com 100 poemas, "As Flores do Mal" (Les fleurs du mal), é acusado de obscenidade. A censura deveu–se a apenas seis poemas do livro. Baudelaire aceitou a sentença e escreveu seis novos poemas "mais belos que os suprimidos", segundo ele.

Para quem quer ler - http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/baudelaire/

A maneira confusa...

... pelos lados do sol posto, para dizer adeus Brasil…