quinta-feira, 30 de março de 2017

Por uma desconhecida....

... pelo menos para mim...


Onde, quando, como?
O que aconteceu?
Vocês sabem de alguma coisa?
Alguém pode responder?

Angústia, sentimento de impotência.
Fragilidade, desespero.
Notícia incompleta.
Momentos de tensão.

Semblante franzido.
Olhos percursores.
Perguntas gritantes.
Respostas ausentes.

Telefone, redes sociais, boca a boca.
Nada aplaca a dúvida.
Mãos atadas, êxito nulo.
Abatimento palpável.

Horas de angústia.
Ombros caídos.
Espera atordoante.
Preocupação em evidência.

Horas se transformam em dias, semanas, meses... anos.
Vazio faz companhia a preocupação.
Seguindo na ignorância….

quarta-feira, 29 de março de 2017

Vázio


A noite é como um olhar longo e claro de mulher.
Sinto-me só.
Em todas as coisas que me rodeiam
Há um desconhecimento completo da minha infelicidade.
A noite alta me espia pela janela
E eu, desamparado de tudo, desamparado de mim próprio
Olho as coisas em torno
Com um desconhecimento completo das coisas que me rodeiam.

Vago em mim mesmo, sozinho, perdido
Tudo é deserto, minha alma é vazia
E tem o silêncio grave dos templos abandonados.
Eu espio a noite pela janela
Ela tem a quietação maravilhosa do êxtase.
Mas os gatos embaixo me acordam gritando luxúrias
E eu penso que amanhã...
Mas a gata vê na rua um gato preto e grande
E foge do gato cinzento.

Eu espio a noite maravilhosa
Estranha como um olhar de carne.
Vejo na grade o gato cinzento olhando os amores da gata e do gato preto
Perco-me por momentos em antigas aventuras
E volto à alma vazia e silenciosa que não acorda mais
Nem à noite clara e longa como um olhar de mulher
Nem aos gritos luxuriosos dos gatos se amando na rua
.

Vinícius de Morais

terça-feira, 28 de março de 2017

Sinto na Angústia o Quem me Lembrasse


Sinto na angústia o quem me lembrasse
e do lembrar a mim como uma ponte
onde de noite já ninguém passasse
viesse a notícia desse outro horizonte

em que o meu grito preso na garganta
dissesse à voz que não ouvi e veio
quanto cansaço inverosímil, quanta
fadiga me enternece como um seio.

Vibrátil voga vaga pela tarde
que em cigarros distrai o eu estar só
a chama obscura que visível arde
quando arde ao sol o pó.
Vergílio Ferreira





segunda-feira, 27 de março de 2017

O Poema Pouco Original do Medo


 O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis

Vai ter olhos onde ninguém os veja
mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo
fantasmas na ópera
sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos
óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
       (assim assim)
escriturários
       (muitos)
intelectuais
       (o que se sabe)
a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo

(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)
*
O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim
a ratos

Alexandre O'Neill
Feeling like that...


domingo, 26 de março de 2017

Hoje...

... com chuva e frio... tentei 'ganhar' o dia...

 
 
 
 

Ontem fui…


… a procura do Storch…

E deixei as minhas martenichki…
 
… muito perto daqui…
 
Depois dormi aqui...
 

quinta-feira, 9 de março de 2017

FLM começa na próxima semana…

Gostaria de ouvir a sessão de abertura – ‘Haverá algo mais assustador do que o homem?’... assistir a conversa sobre ‘Ser deixado sozinho é a coisa mais preciosa que se pode pedir do mundo moderno’ e acompanhar ‘A loucura não é loucura quando partilhada’…


Será possível?!


quarta-feira, 8 de março de 2017

Just listening...

Sabemos como começou…

No seculo passado pelos lados do Sol posto...

O dia é da mulher, mas acima da tudo da mãe… Por isso todas as crianças ofereciam um postal, preparado na escola…
Era festejado nas empresas, normalmente com uma pequena prenda para todas as mulheres, flores e jantar convívio.

Não se encontrava um homem na rua sem flores na mão… oferta quase obrigatória para esposa, amada, amiga ou mãe…

O slogan lançado no final dos anos 40 ficou… Жената е другар! Жената е човек! Жената е майка!”

E pelos vistos a tradição continua…


E as vizinhas…