sábado, 14 de agosto de 2010

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Não foi há muito tempo...

... li algures sobre esta personagem e o seu livro The Philosopher and the Wolf e confesso que fiquei curiosa, o titulo captou a minha atenção.

O autor fala sobre o livro ”… do lado obscuro dos atributos associados à nossa superioridade sobre os outros animais: a inteligência, a moral e a consciência de que somos mortais. O que nos distingue enquanto espécie não abona a nosso favor. A raiz da inteligência assenta na capacidade de enganar e manipular: a moral alicerça-se no poder e na mentira; a consciência que vamos morrer leva-nos a tomar decisões duvidosas, como lutar e ter sucesso, para dar um sentido à vida – o que nos torna infelizes…”

Mark Rowlands tentou, sem sucesso, formar-se em Engenharia na Universidade de Manchester. Ao fim de um ano decidiu mudar de rumo, e inscreveu-se em Oxford, onde viria a doutorar-se em Filosofia. A partir de então, e durante duas décadas, viveu em vários países – Estados Unidos, Irlanda, França e Inglaterra –, quase sempre como professor universitário. Escreveu diversos livros, sobretudo obras académicas

No dia em que Mark Rowlands comprou um lobo, teve a sua primeira grande lição sobre a espécie: os lobos não gostam de ficar sozinhos. Ao regressar a casa, encontrou-a completamente destruída: dos forros do sofá, às tubagens do ar condicionado, já nada restava inteiro. Naquele dia, Mark fez um pacto com Brenin: nunca mais o abandonaria.

É um livro para comprar e ler na próxima viagem… embora há quem diga na net, que é ‘demasiado filosófico’…

sábado, 7 de agosto de 2010

Hoje foi descobrir as redondezas…

Estou há tantos anos aqui e desconhecia por completo este lugar tão lindo, maravilhoso… foi bom estar a beira-mar e olhar para o infinito, seguir as ondas e imaginar um mundo diferente…

Até o Neptuno, foi assim que chamei a rocha, estava com ar atento…



Só tenho pena não ter ficado lá até o pôr-do-sol…


E mais uma ...

... antes de dormir e sonhar, claro ... da Flobela Espanca

Volúpia


No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!

A sombra entre a mentira e a verdade...
A nuvem que arrastou o vento norte...
- Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!

Trago dálias vermelhas no regaço...
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!

E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças...

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Gosto...

... por isso volto sempre a poesia da Florbela Espanca

Meu doido coração aonde vais,

No teu imenso anseio de liberdade?
Toma cautela com a realidade;
Meu pobre coração olha cais!

Deixa-te estar quietinho! Não amais
A doce quietação da soledade?
Tuas lindas quimeras irreais
Não valem o prazer duma saudade!

Tu chamas ao meu seio, negra prisão!...
Ai, vê lá bem, ó doido coração,
Não te deslumbre o brilho do luar!

Não estendas tuas asas para o longe...
Deixa-te estar quietinho, triste monge,
Na paz da tua cela, a soluçar!...

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Como Inútil Taça Cheia

Um poema de Fernando Pessoa antes de dormir...

Como inútil taça cheia
Que ninguém ergue da mesa,
Transborda de dor alheia
Meu coração sem tristeza.

Sonhos de mágoa figura
Só para Ter que sentir
E assim não tem a amargura
Que se temeu a fingir.

Ficção num palco sem tábuas
Vestida de papel seda
Mima uma dança de mágoas
Para que nada suceda.

Um filme que me impressionou...

... há muitos anos atrás, baseado num livro escrito por Ray Bradbury, sobre uma sociedade totalitária no futuro, onde os livros foram banidos … Por acaso, hoje, lembrei-me, melhor fui lembrada deste filme. No anos 70 era uma fan incondicional do Truffaut… não perdia um único filme, que curiosamente passavam nos ecrãs de cinema por aqueles lados… Acho que último que cheguei a ver no cinema foi A História de Adèle H.

Muito bom...

... este album do Sting - Symphonicities

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dorme Enquanto Eu Velo...

Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.

A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.

Dorme, dorme, dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.

Fernando Pessoa

domingo, 1 de agosto de 2010

Uma noite confusa...

Deveria ter trabalhado...

... mas a paciência era pouca, ou quase nula...

Essas coisas...

... é curioso como a palavra 'coisa' pode ter tantos significados...

«Você não está mais na idade

de sofrer por essas coisas.»

Há então a idade de sofrer
e a de não sofrer mais
por essas, essas coisas?

As coisas só deviam acontecer
para fazer sofrer
na idade própria de sofrer?

Ou não se devia sofrer
pelas coisas que causam sofrimento
pois vieram fora de hora, e a hora é calma?

E se não estou mais na idade de sofrer
é porque estou morto, e morto
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas?

Carlos Drummond de Andrade

Não sei porquê...

... mas lembrei-me hoje deste poema...

Eles não sabem, nem sonham,

que o sonho comanda a vida
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.