sábado, 26 de junho de 2010

Ghana...

... não é que ligo ao futebol, mas enquanto fui 'obrigada' de assistir o jogo, estive a procura de aprender algo mais sobre este pais… e gostaria de partilhar este vídeo…

Para quem gosta da lua...

... um bom fim-de-semana!E que seja mesmo de verão... com muito sol!

Soneto da Lua

Por que tens, por que tens olhos escuros
E mãos lânguidas, loucas, e sem fim
Quem és, quem és tu, não eu, e estás em mim
Impuro, como o bem que está nos puros ?

Que paixão fez-te os lábios tão maduros
Num rosto como o teu, criança assim
Quem te criou tão boa para o ruim
E tão fatal para os meus versos duros?


Fugaz, com que direito tens-me pressa
A alma, que por ti soluça nua
E não és Tatiana e nem Teresa:

E és tão pouco a mulher que anda na rua
Vagabunda, patética e indefesa
Ó minha branca e pequenina lua!

Vinicius de Moraes

Lua adversa

Tenho fases, como a lua
Fases de andar escondida,
fases de vir para a rua...
Perdição da minha vida!
Perdição da vida minha!

Tenho fases de ser tua,
tenho outras de ser sozinha
Fases que vão e que vêm,
no secreto calendário
que um astrólogo arbitrário
inventou para meu uso.

E roda a melancolia
seu interminável fuso!
Não me encontro com ninguém
(tenho fases, como a lua...)

No dia de alguém ser meu
não é dia de eu ser sua...
E, quando chega esse dia,
o outro desapareceu...

Cecília Meireles

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um povo mal amado...

Hoje de manhã, nas noticias, ouvi que o dia Internacional do cigano. E como tenho, com certeza, sangue cigano, nem se for devido a minha vida ‘nómada’ nos últimos anos, decidi prestar homenagem ao este povo esquecido por todos.
O cigano não é bem aceite, por culpa da pessoa ou da sociedade, ele continua a ser excluído… uma comunidade mal amada.
Os ciganos não representam um povo compacto e homogéneo, mesmo pertencendo a uma única etnia. Desde sua migração da Índia furem-se dividindo em grupos e subgrupos, falando dialectos diferentes. A vocação ao nomadismo e pouca tendência sedentária, os diferentes modos de vida criaram uma incapacidade de conviver pacificamente com os outros.
Quando os ciganos deixaram o Egipto e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Arménia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa.

As maiores concentrações de ciganos no Mundo estão pelos ‘lados do sol posto’

Alemanha : 100.000
Albânia: 70.000
Argentina: 317.000
Bósnia 17.000
Brasil: 678.000
Bulgária: 700.000 - 800.000
Croácia: 9.463
Espanha : 600.000–800.000
Finlândia: 10.000
Grécia: 300.000-350.000
Hungria: 190.046 (2001 censos)
Irão: 110.000
Macedónia: 53.879
Montenegro: 2.601
Polónia: 15.000–50.000
Portugal: 40.000
Reino Unido: 40.000
República Checa: 120,000 - 220,000
Roménia: 535.140 (2002 censos), outros censos calculam entre 1.500.000 - 2.000.000
Rússia: 183.000
Sérvia: 108.193
Eslováquia: 92.500
Turquia : não oficial 500.000 - 2 milhões de pessoas.
Ucrânia: 48.000
Durante a II Guerra Mundial foram mortos, não existem registos definitivos, entre 200 000 – 800 000 roma e sinti, dos quais ninguém fala.



Alguns costumes ciganos fazem parte, ainda hoje em dia, da vida dos outros povos (pelo menos estes eu reconheço e sempre pensei que estavam mais ligados à religião ortodoxa).

Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças.

Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias.

A grande maioria dos ciganos, ainda exige a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indemnização para os pais do noivo.

Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte.

Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimónia com água, flores, frutas e suas comidas predilectas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimónia e se liberte gradativamente das coisas da Terra.

As cerimónias fúnebres são chamadas "Pomana" e são feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.

 

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morreu o José Saramago...

...triste e amarga notícia.

Alguém que acreditava que os homens podem ser melhores…



Poema à boca fechada

Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.


José Saramago ( OS POEMAS POSSÍVEIS)

Ontem ouvi este extracto...

... seguindo o conselho dum amigo, de um concerto dado pelo Itzhak Perlman, acompanhado pela Filarmónica de Israel e simplesmente adorei!!!



Mas este video é também muito bom! É só ouvir e deixar a imaginação seguir o seu caminho…

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Neil Diamond - Be



Lost
On a painted sky
Where the clouds are hung
For the poet's eye
You may find him
If you may find him

There
On a distant shore
By the wings of dreams
Through an open door
You may know him
If you may

Be
As a page that aches for words
Which speaks on a theme that's timeless
While the sun God will make for your day
Sing
As a song in search of a voice that is silent
And the one God will make for your way

And we dance
To a whispered voice
Overheard by the sould
Undertook by the heart
And you may know it
If you may know it

While the sand
Would become the stone
Which begat the spark
Turned to living bone
Holy, holy
Sanctus, sanctus

Be
As a page that aches for word
Which speaks on a theme that is timeless
While the sun God will make for your day
Sing
As a song in search of a voice that is silent
And the one God will make for your day

domingo, 13 de junho de 2010

One of the best...

... from the Eighteens

É preciso...

... aprender andar depressa...

Viver...

Mas era apenas isso,
era isso, mais nada?
Era só a batida
numa porta fechada?

E ninguém respondendo, ´
nenhum gesto de abrir:
era, sem fechadura,
uma chave perdida?

Isso, ou menos que isso
uma noção de porta,
o projecto de abri-la
sem haver outro lado?

O projecto de escuta
à procura de som?
O responder que oferta
o dom de uma recusa?

Como viver o mundo
em termos de esperança?
E que palavra é essa
que a vida não alcança?

Carlos Drummond de Andrade

sábado, 12 de junho de 2010

Simplicidade...

Queria, queria
Ter a singeleza
Das vidas sem alma
E a lúcida calma
Da matéria presa.

Queria, queria
Ser igual ao peixe
Que livre nas águas
Se mexe;

Ser igual em som,
Ser igual em graça
Ao pássaro leve,
Que esvoaça...


Tudo isso eu queria!
(Ser fraco é ser forte).

Queria viver
E depois morrer
Sem nunca aprender
A gostar da morte.

Pedro Homem de Mello

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Tomar uma cervejinha...

... no BierHaus depois dum dia frustrado de praia, com vento e frio, é uma delícia!
Claro que não tanto pelo sabor da cerveja, mas sim, pela paisagem que se deslumbra – montanhas cheias de casas, e aquele verde que chega ferir os olhos, barcos em fila, arrumadinhos e um mar imenso a nossa frente… Parece que o tempo para, e o único movimento permitido é das nuvens, que continuam a descer a montanha abaixo…

Todos alinhados…

Existe o infinito?

A cidade cresceu…

As casas parecem querer tocar o céu...

Alguém de partida a descoberta da outra ilha….


terça-feira, 8 de junho de 2010

Mas um dia passado na ilha…

… entre não saber bem o que fazer e muito querer fazer… Decisão complicada e nem sempre fácil a resolver. O tempo não ajudou – vento frio, céu nublado e agua gelada… restou-me passear, ler e ver filmes no computador… Mesmo assim, consegui fazer duas coisas que queria – ir um sítio fabuloso – vista sobre o mar sem comparações possíveis, e comer lapas. Lembro-me sempre quando, há muitos anos atrás provei pela primeira vez, num sítio, que hoje já não existe, chamado ‘ Gruta’. Achei-os uma coisa tão nojenta, tão pouco apelativa e sem sabor, que dificilmente hoje em dia consigo dar uma explicação para a repugnância que senti na altura.

O início da famosa pista do aeroporto

Desenhos no chão


Nestes dias proveis quase toda a qualidade de pão… muito bom!

Pouco ou nada mudou nestes anos aqui...

Em direcção o bar passei pelo um sítio, que trouxe recordações…há muitos anos atrás, por momentos tinha-me sentido aqui feliz…

O tal bar que adoro...

A entrada...

A vista

Do outro lado...

E em baixo...

E a minha companhia...


O céu continuava nublado…

O sítio escolhido para comer lapas e não só..

Não foi bem comer… mas sim petiscar…

O resto das lapas, que não ficou...



Todo isso 'acompanhado' pela bela vista sobre a baia...


segunda-feira, 7 de junho de 2010

Hoje foi...

... um dia mais calmo. O objectivo era descontrair, coisa nada fácil a alcançar hoje em dia com os telemóveis.
Entre água, sol e vento sempre se trata de mais um assunto… acho que hoje ninguém respeita as férias, ou pelo menos são poucos que conseguem impor regras, que infelizmente não é o meu caso…
Mas deu tempo para apreciar um pássaro lindo! Não me lembro tê-lo visto antes, ou pelo menos nunca me tinha chamado a atenção… Achei graça na maneira como andava dum lado para o outro, nem um segundo parava, sempre muito apresado e curioso. Não tinha medo nenhum, aproximava-se tão rápido quando se afastava… parecia que estava a procura de alguma coisa ou de alguém, mas que nunca encontrava…


O tal novo conhecido...

Já tinha satisfeito a sua curiosidade e virou-me as costas…

Parou por um instante...

Passeio a beira-mar é sempre bom

Vê-se a ‘bolacha’ lá ao fundo…

O edifício da Camara Municipal

Ruas limpas e estreitinhas…


A igreja está meio escondida…

De regresso o céu estava forrado novamente

Parece uma grande cidade…

Uma rua nada fácil a descer…

Mas um ‘mamarracho’ a nascer…

... e outro mais acima...

E este é o cúmulo! Até ganhou um prémio segundo dizem…

domingo, 6 de junho de 2010

O dia de hoje...

… foi dedicado o sudoeste, onde para fugir aos túneis é preciso saber , lembrar-se dos velhos caminhos, o que não é tarefa fácil… mas lá consegui chegar ao Porto Moniz e depois São Vicente. No regresso o São Pedro não quis ajudar e pregou-me uma partida… o céu ficou forrado e as montanhas escondidas em nuvens...

A ponte velha continua aqui...

... e a água abunda como sempre

A entrada do tunel dá para lavar o carro...

Tinha saudades delas...

Na altura quahdo foi construído não gostei...

A grande praia de areia branca

O antigo engenho...

... e as poucas bananas que sobraram na ilha

O verde, tão verde, que sempre me apaixonou...

... e a vila que não para de crescer...

Dos tuneis é impossível ver esta paisagem...

... e observar o banho refrescante das gaivotas



A tarde o São Pedro zangou-se...