sexta-feira, 25 de junho de 2010

Um povo mal amado...

Hoje de manhã, nas noticias, ouvi que o dia Internacional do cigano. E como tenho, com certeza, sangue cigano, nem se for devido a minha vida ‘nómada’ nos últimos anos, decidi prestar homenagem ao este povo esquecido por todos.
O cigano não é bem aceite, por culpa da pessoa ou da sociedade, ele continua a ser excluído… uma comunidade mal amada.
Os ciganos não representam um povo compacto e homogéneo, mesmo pertencendo a uma única etnia. Desde sua migração da Índia furem-se dividindo em grupos e subgrupos, falando dialectos diferentes. A vocação ao nomadismo e pouca tendência sedentária, os diferentes modos de vida criaram uma incapacidade de conviver pacificamente com os outros.
Quando os ciganos deixaram o Egipto e a Índia, eles passaram pela Pérsia, Turquia, Arménia, chegando até a Grécia, onde permaneceram por vários séculos antes de se espalharem pelo resto da Europa.

As maiores concentrações de ciganos no Mundo estão pelos ‘lados do sol posto’

Alemanha : 100.000
Albânia: 70.000
Argentina: 317.000
Bósnia 17.000
Brasil: 678.000
Bulgária: 700.000 - 800.000
Croácia: 9.463
Espanha : 600.000–800.000
Finlândia: 10.000
Grécia: 300.000-350.000
Hungria: 190.046 (2001 censos)
Irão: 110.000
Macedónia: 53.879
Montenegro: 2.601
Polónia: 15.000–50.000
Portugal: 40.000
Reino Unido: 40.000
República Checa: 120,000 - 220,000
Roménia: 535.140 (2002 censos), outros censos calculam entre 1.500.000 - 2.000.000
Rússia: 183.000
Sérvia: 108.193
Eslováquia: 92.500
Turquia : não oficial 500.000 - 2 milhões de pessoas.
Ucrânia: 48.000
Durante a II Guerra Mundial foram mortos, não existem registos definitivos, entre 200 000 – 800 000 roma e sinti, dos quais ninguém fala.



Alguns costumes ciganos fazem parte, ainda hoje em dia, da vida dos outros povos (pelo menos estes eu reconheço e sempre pensei que estavam mais ligados à religião ortodoxa).

Logo que uma criança nasce, uma pessoa mais velha, ou da família, prepara um pão feito em casa, semelhante a uma hóstia e vinho para oferecer ás três fadas do destino, que visitarão a criança no terceiro dia, para designar sua sorte. Esse pão e vinho serão repartidos no dia seguinte com todas as pessoas presentes, principalmente com as crianças.

Desde pequenas, as meninas ciganas costumam ser prometidas em casamento. Os acertos normalmente são feitos pelos pais dos noivos, que decidem unir suas famílias.

A grande maioria dos ciganos, ainda exige a virgindade da noiva. A noiva deve comprovar a virgindade através da mancha de sangue do lençol que é mostrada a todos no dia seguinte. Caso a noiva não seja virgem, ela pode ser devolvida para os pais e esses terão que pagar uma indemnização para os pais do noivo.

Os ciganos acreditam na vida após a morte e seguem todos os rituais para aliviar a dor de seus antepassados que partiram. Costumam colocar no caixão da pessoa morta uma moeda para que ela possa pagar o canoeiro a travessia do grande rio que separa a vida da morte.

Os ciganos não encomendam missa para seus entes queridos, mas oferecem uma cerimónia com água, flores, frutas e suas comidas predilectas, onde esperam que a alma da pessoa falecida compartilhe a cerimónia e se liberte gradativamente das coisas da Terra.

As cerimónias fúnebres são chamadas "Pomana" e são feitas periodicamente até completar um ano de morte. Os ciganos costumam fazer oferendas aos seus antepassados também nos túmulos.

 

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