domingo, 17 de setembro de 2017

MY GET-UP-AND-GO HAS GOT UP AND WENT

Old age is golden, or so I’ve heard said,
But sometimes I wonder, as I crawl into bed,
With my ears in a drawer, my teeth in a cup,
My eyes on the table until I wake up.
As sleep dims my vision, I say to myself:
Is there anything else I should lay on the shelf?
But, though nations are warring, and Congress is vexed,
We’ll still stick around to see what happens next!


How do I know my youth is all spent?
My get-up-and-go has got up and went!
But, in spite of it all, I’m able to grin
And think of the places my getup has been!


When I was young, my slippers were red;
I could kick up my heels right over my head.
When I was older my slippers were blue,
But still I could dance the whole night through.
Now I am older, my slippers are black.
I huff to the store and puff my way back.
But never you laugh; I don’t mind at all:
I’d rather be huffing than not puff at all!


How do I know my youth is all spent?
My get-up-and-go has got up and went!
But, in spite of it all, I’m able to grin
And think of the places my getup has been!


I get up each morning and dust off my wits,
Open the paper, and read the Obits.
If I’m not there, I know I’m not dead,
So I eat a good breakfast and go back to bed!


How do I know my youth is all spent?
My get-up-and-go has got up and went!
But, in spite of it all, I’m able to grin
And think of the places my getup has been...


Anonymous…
Found a note: Although Pete Seeger sang these lyrics in concert, he did not write them. Many variations can be found on the Web, most of which say “anonymous,” but it is sometimes attributed to Ebby Rose, Art Davis, G.A. Davis, Marian Johnson, Len Ingebrigtsen, Mary Ellen Garrett Ince, and Phyllys R. Burchill.

Just listening...

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Como dizia o poeta...

Como dizia o poeta
Quem já passou por essa vida e não viveu
Pode ser mais, mas sabe menos do que eu
Porque a vida só se dá pra quem se deu
Pra quem amou, pra quem chorou, pra quem sofreu


Ah, quem nunca curtiu uma paixão nunca vai ter nada, não
Não há mal pior do que a descrença
Mesmo o amor que não compensa é melhor que a solidão
Abre os teus braços, meu irmão, deixa cair


Pra que somar se a gente pode dividir
Eu francamente já não quero nem saber
De quem não vai porque tem medo de sofrer
Ai de quem não rasga o coração, esse não vai ter perdão
Quem nunca curtiu uma paixão, nunca vai ter nada, não...


Vinícius de Moraes


Vida...




Chega um momento em sua vida, que você sabe:
Quem é imprescindível para você,
quem nunca foi,
quem não é mais,
quem será sempre!


Charles Chaplin

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Amador sem coisa amada...

Resolvi andar na rua
com os olhos postos no chão.
Quem me quiser que me chame
ou que me toque com a mão.

Quando a angústia embaciar
de tédio os olhos vidrados,
olharei para os prédios altos,
para as telhas dos telhados.

Amador sem coisa amada,
aprendiz colegial.
Sou amador da existência,
não chego a profissional.


António Gedeão
 

Poema do Alegre Desespero

Compreende-se que lá para o ano três mil e tal
ninguém se lembre de certo Fernão barbudo
que plantava couves em Oliveira do Hospital,

ou da minha virtuosa tia-avó Maria das Dores
que tirou um retrato toda vestida de veludo
sentada num canapé junto de um vaso com flores.


Compreende-se.

E até mesmo que já ninguém se lembre que houve três impérios no Egipto
(o Alto Império, o Médio Império e o Baixo Império)
com muitos faraós, todos a caminharem de lado e a fazerem tudo de perfil,
e o Estrabão, o Artaxerpes, e o Xenofonte, e o Heraclito,
e o desfiladeiro das Termópilas, e a mulher do Péricles, e a retirada dos dez mil,
e os reis de barbas encaracoladas que eram senhores de muitas terras,
que conquistavam o Lácio e perdiam o Épiro, e conquistavam o Épiro e perdiam o Lácio,


e passavam a vida inteira a fazer guerras,
e quando batiam com o pé no chão faziam tremer todo o palácio,
e o resto tudo por aí fora,
e a Guerra dos Cem Anos,
e a Invencível Armada,
e as campanhas de Napoleão,
e a bomba de hidrogénio.


Compreende-se.

Mais império menos império,
mais faraó menos faraó,
será tudo um vastíssimo cemitério,
cacos, cinzas e pó.

Compreende-se.
Lá para o ano três mil e tal.

E o nosso sofrimento para que serviu afinal?


António Gedeão

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Aviso à navegação!

Alto lá!
Aviso à navegação!
Eu não morri:
Estou aqui
na ilha sem nome,
sem latitude nem longitude,
perdida nos mapas,
perdida no mar Tenebroso!


Sim, eu,
o perigo para a navegação!
o dos saques e das abordagens,
o capitão da fragata
cem vezes torpedeada,
cem vezes afundada,
mas sempre ressuscitada!


Eu que aportei
com os porões inundados,
as torres desmoronadas,
os mastros e os lemes quebrados
- mas aportei!


Aviso à navegação:
Não espereis de mim a paz!


Que quanto mais me afundo
maior é a minha ânsia de salvar-me!
Que quanto mais um golpe me decepa
maior é a minha força de lutar!


Não espereis de mim a paz!

Que na guerra
só conheço dois destinos:
ou vencer – ai dos vencidos! –
ou morrer sob os escombros
da luta que alevantei!


- (Foi jeito que me ficou
não me sei desinteressar
do jogo que me jogar.)


Não espereis de mim a paz,
aviso à navegação!


Não espereis de mim a paz
que vos não sei perdoar!


Joaquim Namorado